Estudantes do Colégio Estadual Mathias Jacomel, de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, estiveram no auditório do Fundepar nesta segunda-feira (17) para apresentar à equipe do Departamento de Nutrição e Alimentação (DNA/CPAE) o projeto “Chef IA”, uma solução criada por eles para reduzir o desperdício de alimentos.

Acompanhado do professor orientador, o grupo detalhou como funciona o protótipo, que utiliza inteligência artificial para calcular quantidades adequadas de preparo a partir de informações fornecidas pelos próprios estudantes. O aplicativo permite que cada aluno registre diariamente se pretende almoçar na escola e indique preferências do cardápio. Com esses dados, a IA estima a demanda, sugere preparações e apoia as equipes de cozinha na organização das refeições.

A apresentação serviu como um momento de troca com a equipe técnica do Fundepar, responsável pela gestão da alimentação escolar no Estado. Os alunos demonstraram as interfaces criadas tanto para o público estudantil quanto para as cozinheiras e receberam da equipe do Fundepar contribuições sobre como a ferramenta pode se ajustar à rotina real das escolas, que envolve logística de abastecimento, padrões nutricionais, aceitação dos pratos, variações de demanda e outras especificidades.

O chefe do Departamento de Nutrição e Alimentação do Fundepar, Angelo Marco Mortella, elogiou a iniciativa e destacou a importância da aproximação entre estudantes e políticas públicas de alimentação.

“A equipe está de parabéns pelo trabalho que está fazendo, e a gente só agradece, porque desperdício é uma coisa que dói muito no coração. Agora o próximo passo é ver como vai ser essa aplicação prática, para que vocês nos tragam essa expertise de vocês, que vai contribuir muito com o nosso trabalho aqui no Fundepar.”

Os alunos também apresentaram o cronograma da iniciativa. Eles pretendem concluir o segundo piloto do aplicativo e finalizar a identidade visual até o fim do ano, avançar para a primeira versão completa da plataforma em fevereiro de 2026 e realizar a primeira utilização em escala no início do ano letivo, em março de 2026.

Segundo o grupo, o encontro com o Fundepar foi fundamental para ajustar expectativas e alinhar o desenvolvimento do produto às necessidades reais das escolas, reforçando que tecnologia e gestão só funcionam de forma efetiva quando dialogam diretamente com quem vive o cotidiano das cozinhas escolares.

A diretora-presidente do Fundepar, Eliane Teruel Carmona, destacou a importância da integração entre escolas, estudantes e equipes técnicas na construção de soluções inovadoras para a rede estadual.

“Iniciativas como esta demonstram a capacidade dos nossos estudantes de contribuir com soluções aplicáveis à gestão pública. A alimentação escolar exige precisão logística e rigor técnico, e toda inovação que ajude a otimizar processos e reduzir desperdícios é relevante para o trabalho do Fundepar. Esse diálogo entre a escola e nossas equipes reforça a construção de ferramentas mais eficientes e alinhadas às necessidades reais da rede estadual.”